É possível projetar o futuro em meio a uma crise global? Bom, de fato, essa não é uma tarefa tão simples. Porém, a pesquisa “Global Marketing Trends 2021”, realizada pela Deloitte, traz luzes sobre como as marcas podem se orientar em tempos de incerteza.
Com base na percepção dos consumidores sobre as marcas na pandemia e no feedback de executivos de alto escalão, foram identificadas 6 tendências de marketing que podem ajudar as empresas a construírem conexões para impulsionar o crescimento do negócio.
Já antecipando, serão mais exitosas as empresas que agem com transparência e intenção objetiva. Se sobressairão também aquelas que são pautadas na confiança e na experiência humana, enquanto reagem agilmente para atender às necessidades dos consumidores.
Continue a leitura e veja como apropriar-se dessas tendências de marketing!
1. Propósito
Algumas empresas já entendem que ter um propósito, isto é, saber por que existem e para quem estão direcionadas, pode garantir uma posição privilegiada em um cenário de mudanças frequentes. E alguns clientes estão dando mais atenção a essas marcas.
Uma pesquisa sobre impacto social realizada em 2018 revelou que 77% dos consumidores esperavam que empresas contribuíssem mais para a sociedade. Na análise mais recente da Deloitte, verificou-se que 79% dos entrevistados geraram memória das marcas que responderam positivamente ao COVID-19.
Entre as ações mais memoráveis, se destacam: medidas para proteger a saúde e bem-estar de funcionários, produtos ou serviços doados à comunidade, prestação de assistência financeira à comunidade e suporte financeiro a funcionários.
O Boticário, considerada a oitava marca mais influente no país, foi responsável por uma série de ações no combate à pandemia. Entre elas, a doação de 1,7 tonelada de álcool em gel, 216 toneladas de produtos e R$ 500 mil para a compra de equipamentos hospitalares
“As doações se conectam com nosso propósito, nossos princípios de valorização das pessoas. Acreditamos que períodos difíceis fortaleçam parcerias e estamos buscando fazer isso com toda a nossa rede para sairmos juntos e ainda mais fortes como sociedade”, diz Artur Grynbaum, presidente do Grupo Boticário.
Da mesma forma que ações positivas marcam, o oposto também acontece. A mesma pesquisa mostra que 69% dos entrevistados lembram de marcas que agiram de forma negativa durante a pandemia, o que foi suficiente para 25% deles se afastarem.
2. Agilidade
A pandemia desencadeou mudanças massivas no comportamento do consumidor, que longe de lojas físicas partiu em direção aos canais digitais. Consequentemente, as marcas que adotaram uma estratégia focada nas necessidades dos seus clientes se destacaram, é o que mostra a pesquisa sobre tendências de marketing:
- 58% dos entrevistados foram capazes de nomear uma marca que dinamizou rapidamente suas ofertas para se adaptar ao “novo normal”;
- 82% disseram que essas novas ofertas aumentaram seu desejo de fazer mais negócios com essas marcas;
- 63% têm a intenção de continuar usando tecnologias digitais com frequência, mesmo ao fim da pandemia.
Assim, as empresas que desejam responder de forma rápida às mudanças e entregar mais valor aos seus clientes, adotando os princípios do agile marketing, devem ficar de olho nessas três dicas:
- Produza conteúdo relevante. É o conteúdo que conecta o consumidor à marca, por isso, investimento em marketing de conteúdo deve ser uma prioridade;
- Invista em CRM Social. Além de permitir mapear a jornada do cliente, esse tipo de ferramenta ajuda a criar uma experiência mais holística;
- Entenda a necessidade dos seus clientes. Como fazer isso? Pesquisas frequentes, pedidos de feedback e mapeamento de conversas são algumas opções.
3. Experiência humana
O que é mais importante, eficiência ou experiência? Segundo o relatório da Deloitte, enquanto 70% dos consumidores valorizam inovações que aprofundaram conexões durante a pandemia.
Por outro lado, apenas 33% das organizações esperavam melhorar o engajamento com seus clientes e um número menor ainda, 28%, aumentar o impacto na sociedade.
O fato é que as marcas precisam pensar em como conciliar eficiência a seu favor, sem criar um distanciamento dos clientes, afinal, essa é uma exigência deles. Para acompanhar essa tendência de marketing, a chave é focar em valores, emoções, ações e confiança.
Aqui estão duas formas de fazer isso:
1- Traga mais humanidade para sua marca
Um estudo anterior da Deloitte mostra que 50% das pessoas desejam algo mais “humano” nos ambientes virtuais. Mesmo garantindo agilidade, com o passar do tempo, essas experiências virtuais decresceram pela baixa capacidade de interações pessoais.
2- Faça da crise uma oportunidade
As empresas podem se aproveitar dos momentos de crise para avaliar se estão preparados para responder ao momento. Caso não, ainda podem utilizar seus aprendizados para redesenhar processos internos e políticas, a fim de sair mais fortes do que antes.
4. Confiança
A reputação de uma marca é determinada pela conexão entre o que é prometido (conteúdo e mensagens publicitárias) e o que é entregue (a experiência). E quando a entrega não atende às expectativas, a confiança vai por água abaixo.
A pandemia de COVID-19 – como qualquer outra crise – colocou em foco essa relação de confiança. Para mostrar o quão é importante essa relação, trouxemos alguns exemplos de como a confiança pode fazer alguns negócios se sobressaírem:
Quando as marcas demonstram humanidade:
- Os clientes têm 1,6x mais chance de comprar da marca, não da concorrência;
- Os funcionários têm 2,6x mais chances de se sentirem motivados no trabalho;
Quando as marcas são rotineiramente confiáveis:
- Os clientes são 2x mais propensos a recomendar a marca a um amigo;
- Os funcionários são 1,7x mais propensos a avaliar positivamente a empresa.
Não há segredos. Para construir e/ou fortalecer uma relação de confiança, as marcas devem, primeiramente, entregar o que prometem. Além disso, é necessário demonstrar transparência e humanidade em relação aos produtos e serviços oferecidos.
5. Participação
Já passou o tempo em que a comunicação entre marcas e clientes acontecia em via de mão única. Cada vez mais os clientes estão envolvidos com as marcas, assumindo papéis interativos (embaixadores, influenciadores, colaboradores e inovadores).
As marcas que estão seguindo as tendências de marketing até então apresentadas ou, ao menos, possuem uma relação de confiança com seus clientes, podem aproveitar essa participação espontânea e desenvolver uma sólida estratégia de engajamento.
De antemão, quando falamos de engajamento, não nos limitamos às redes sociais. Muito pelo contrário, o engajamento pode acontecer a partir de uma variedade de atividades, em diferentes níveis, aqui estão alguns exemplos:
- Participação de conversas online (redes sociais, plataformas de marca e sites);
- Produção de resenhas online (em e-commerces ou sites específicos);
- Aconselhamento online (tutoriais em vídeo, ensinando “como fazer”).
Construir uma estratégia de engajamento baseada na participação requer incentivo para tal. Uma marca pode, por exemplo, incentivar seus clientes a gravar vídeos tutoriais, criar fóruns de discussão e colocá-los como cocriadores dentro de um laboratório de inovação.
6. Fusão
Inovação e colaboração tem sido os principais aliados das empresas para o enfrentamento da pandemia. O que temos visto é a união de comunidades, empresas, governos e indivíduos com objetivo de atender as necessidades humanas e resolver novos desafios.
Entre os exemplos de parceria que ganharam destaque foi a união das operadoras Claro, Vivo, TIM e Oi e dos veículos G1, O Globo, Extra, Estadão, Folha e UOL. Não lembra o que aconteceu? Não se preocupe, vamos falar sobre cada uma delas.
Com objetivo de conscientizar a população sobre a importância do distanciamento social, as operadoras lançaram a campanha #FiqueBemFiqueEmCasa. Entre as ações promovidas pelas empresas, houve a liberação de conteúdos de TV e internet, navegação gratuita no app Coronavírus SUS e bônus de dados no celular.
De forma inédita, os principais veículos de comunicação do Brasil resolveram trabalhar juntos para trazer os dados atualizados sobre a pandemia no país. A parceria veio em resposta à decisão do governo federal de limitar o acesso a dados nos seus portais oficiais.
Por onde começar a implantar essas tendências de marketing?
Tudo começa pela estruturação de um bom time interno de marketing. Da criação do propósito de marca até a construção de estratégias de engajamento, os profissionais de marketing são os responsáveis pela execução de ações voltadas para essas tendências.
Assim, contar com a ajuda de um time capacitado é fundamental. Porém, isso não impede que uma empresa tenha uma ou mais agências para executar suas campanhas mais criativas e auxiliar em outras atividades, que não são foco no dia a dia.
Aqui no blog da BizDev, trouxemos para discussão se vale mais a pena manter um time interno ou contratar uma agência full service. Se ainda não viu, confere aqui!
Considerando que a construção de parcerias também é uma tendência de marketing, que tal apropriar-se disso para fazer com que sua empresa se sobressaia na crise? Entre em contato conosco para te ajudarmos a encontrar seu parceiro ideal de negócios!
Referências adicionais: