No início de fevereiro, uma sensação de FoMO (“Fear of Missing Out”) tomou conta dos usuários ávidos pelas redes sociais. É que a rede social baseada em conversas por voz, o Clubhouse, explodiu no Brasil elevando o interesse pela plataforma em quase 600%.
Mas passadas algumas semanas, o Clubhouse pode ser considerado febre passageira ou tendência que veio para ficar, assim como o Twitter, o Instagram e o TikTok?
Responder essa pergunta não é fácil. Afinal, o sucesso ou fracasso de uma rede social é determinado por vários fatores, por exemplo, interface de navegação, interação entre usuários, comportamento de consumo, concorrência e um elemento muito importante: aderência das marcas.
O fato é que as marcas querem estar onde seu público está; as redes sociais são uma grande praça. Dessa forma, algumas funcionam muito bem como vitrine e canal direto de vendas, como é o caso do Instagram, graças a funcionalidade “For business”.
Mas nem tudo se resume às vendas, as redes sociais também são canais de comunicação, relacionamento e construção de autoridade. Aquelas que apropriam-se do marketing de conteúdo, e o fazem muito bem, têm resultados satisfatórios em branding e performance.
Retornando ao assunto Clubhouse…
Após seu crescimento exponencial, o interesse pelo Clubhouse caiu aproximadamente 60%. Apesar disso, o seu valor de mercado ainda segue alto, US$ 1 bilhão, e atualmente cerca 3 milhões de usuários brasileiros são ativos na plataforma.
O público também é bem característico. A maioria dos usuários são millennials (nascidos entre 1980 e 1996) e boomers (nascidos entre 1940 e 1960), ambos com apetite para discussões e conversas de alto valor.
Seria esse o seu momento de maturidade ou declínio? De qualquer modo, grandes marcas souberam aproveitar muito bem o buzz que essa rede social gerou em fevereiro e criaram suas próprias salas de discussão. Veja alguns exemplos:
- A Nescau promoveu um bate-papo sobre o poder transformador do esporte;
- Os clubes brasileiros inovaram e a partida entre Corinthians e Athletico-PR, realizada 10/02, foi transmitida na plataforma.
- A marca de azeite Andorinha levou Bela Gil para falar de alimentação saudável;
- A Audi foi a primeira montadora do Clubhouse e abordou a “Era dos carros elétricos”.
Essa rede social não abriga funcionalidades para empresas, como a possibilidade de anúncios. Entretanto, foi anunciado recentemente o “Clubhouse Creator First”, um programa de aceleração para criadores de conteúdo que futuramente poderão monetizar seu trabalho.
Mas entre as vantagens que essas grandes marcas têm, e qualquer outra pode ter, é o reforço da estratégia estratégia de marketing de conteúdo, com foco em áudios.
Ao criar salas sobre determinado tema, claro, com conteúdo de qualidade e relevante, a marca pode posicionar-se como uma autoridade. A lógica é simples: quanto mais interessante o conteúdo, mais usuários se sentem atraídos a estar ali.
Por que apostar (principalmente) nas redes sociais já consolidadas?
Se você chegou a esse texto, certamente o título te chamou atenção. Afinal, acompanhar as tendências e novidades no marketing digital é o que todo profissional da área precisa, ou ao menos, deveria fazer, para obter o máximo de retorno sobre o investimento feito.
Apostar no Clubhouse pode ser uma boa opção para algumas empresas. Porém, não se pode deixar de acompanhar o que há de novo e oportuno nas plataformas já consolidadas.
O Twitter, com os tweets por voz, e o Instagram, com o Reels (após ameaça do TikTok), por exemplo, são inovações previstas dentro do ciclo de vida de uma rede social para evitar que o estágio de declínio chegue mais rápido.
TikTok
Trazendo alguns dados atualizados – aqui na BizDev você sempre encontrará isso-, o TikTok hoje já é utilizado por 58% da geração Z e 33% da geração Y/millenials. Os dados são da YPulse, líder em pesquisas e percepções das gerações Y e Z (nascidos entre 1990 e 2010).
Ainda de acordo com a pesquisa de monitoramento de mídia social da YPulse, esse crescimento do TikTok está fazendo com que outras redes sociais “corram atrás” para se manterem competitivas. São essas inovações que as empresas precisam explorar!
Basicamente, existem três formas de uma marca “entrar” no TikTok: criação de conteúdos próprios, parceria com influenciadores e anúncios. Definitivamente, explorar essas três alternativas é um desafio para os profissionais de marketing.
Para gerar insights, dois cases merecem ser lembrados:
- Utilizando do marketing de influência, a franquia de serviços de limpeza Maria Brasileira fez uma parceria com a influencer @patriciapamm. A ação fez com que o número de seguidores da marca crescesse 800% em apenas uma semana.
- Já a Nestlé investiu em um núcleo somente para a plataforma. A marca utilizou seus próprios funcionários para criação de conteúdos de receitas e foi a primeira a fazer um recrutamento também pela plataforma. Curioso, né? Veja aqui como foi.
Já os anúncios são realizados através do TikTok For Business. A funcionalidade foi desbloqueada esse ano para o Brasil e permite criar campanhas de anúncios, desafios de hashtags e efeitos patrocinados.
Já muito bem consolidado no Brasil, o Instagram é uma das plataformas que as empresas mais apostam em termos de marketing digital. Aqui estão alguns dados que justificam isso:
- Mais de 1 milhão de usuários geram tráfego para sites através do Instagram;
- 80% interagem, ao menos, com uma marca;
- 30% compraram produtos que conheceram pelo Instagram;
- O Instagram Stories tem 250 milhões de usuários ativos.
Para montar uma boa estratégia de marketing de conteúdo no Instagram, antes de tudo, é necessário conhecer os formatos disponíveis: Feed, Stories, Reels e IGTV. Depois, basta investir em conteúdo de valor e realizar um trabalho contínuo de benchmarking.
A Red Bull, por exemplo, explora muito bem a funcionalidade do Reels. Além de publicar vídeos de esportes e manobras, a marca incentiva que seus seguidores façam o mesmo e utilizem a hashtag #RedBullKeepItReels, fazendo uma associação da experiência esportiva ao produto.
Com textos de até 280 caracteres, sua empresa pode fazer muito mais do que imagina. Prova disso são as conversas e campanhas memoráveis que se iniciaram no Twitter e viralizaram nas outras redes sociais e até mesmo em canais offline.
No “Best of tweets 2020”, veja quais marcas se destacaram:
- Em 27 de março de 2020, Cascão, o personagem da Turma da Mônica, lavou as mãos como propósito de conscientizar o público;
- Guaraná Antarctica, a marca que consolidou o #FicaEmCasa com diversão, divertiu a todos com sugestões dos possíveis mascotes da nota de R$ 200;
- Em um exemplo de impacto cultural, a Dove se uniu a marcas concorrentes, como Natura, Boticário e Rexona, para mostrar a importância de lavar as mãos.
Não podemos deixar de mencionar a opção de tweets por voz. Uma experiência um tanto diferente, em vez do texto, até 140 segundos de áudio e uma excelente oportunidade de humanizar a marca através do tom do emissor.
Em síntese, quando adotado em uma estratégia de marketing, o Twitter pode ser uma ótima rede para monitorar a marca, capturar a percepção dos clientes e interagir com eles. Além disso, com o Twitter for Business é possível ter acesso a dados sobre a audiência e realizar anúncios.
Mas então, qual a melhor rede social para minha empresa?
Priorizar as redes sociais onde seu público está é o básico para construir uma estratégia de marketing digital. Contudo, outros fatores devem ser levados em consideração, por exemplo:
- Alinhamento dos objetivos estratégicos do negócio com a rede social;
- O público predominante na rede social e o target da empresa;
- Recursos “For business” disponíveis;
- Custo-benefício oferecido.
E não esqueça! Conte sempre com a ajuda de profissionais, afinal, estratégias de marketing exigem acompanhamento de ações e monitoramento dos resultados.
A BizDev está aqui para te ajudar a encontrar o parceiro ideal para sua estratégia de Social! Fale conosco via WhatsApp (11) 94340.7113 ou consulte outras formas de contato.
Referências extras:
https://postcron.com/pt/blog/estatisticas-do-instagram/